Como qualquer outra atividade o ato de fazer uma cerca também necessita de um bom planejamento. Isto porque, definir quais as atividades que serão realizadas naquela área e ainda se a cerca será definitiva ou provisória é a atitude mais básica do processo.
Em seguida, levantar os custos, o volume e o tipo de material necessário, são os passos finais. Segundo os especialistas no setor, hoje em dia, manter o velho costume de fazer com mão de obra barata e mourão sem qualidade não é mais o melhor negócio. Isto porque o tempo de duração dela sempre fica menor.
Conforme explica o cerqueiro Celso Silva, da Gerdau, que tem ministrado cursos por todo o Brasil, a cerca básica é composta de cinco fios em espaçamento de 30 cm entre eles. A definição sobre ele ser liso ou farpado vai depender do relevo da área a ser cercada. Se for plana pode ser o liso; muito acidentada, farpado. O número de fios vai aumentar dependendo do tipo de animal a ser contido. Para ovinos, por exemplo, passam a ser sete fios. Os mourões podem ser de eucalipto tratado por autoclave, aço ou concreto.
Em uma cerca de 800 metros deve se colocar no centro um esticador e a cada 100 metros um repique de madeira. O segredo de uma boa cerca está na fixação dos cantos porque ele é a base de tudo. Fixar bem o palanque mestre e o contramestre, por exemplo, é que vai dar segurança para todo o resto.
Um cuidado muito importante é usar sempre o fio, grampo ou qualquer outro material com o maior índice de galvanização existente. Muitas vezes o investimento em uma cerca é considerável, por isto tem que ser bem feita, e com material de qualidade. Uma outra dica é com relação ao último fio, deve-se observar se ele não vai ficar em local alagadiço ou próximo de áreas de agricultura, pois os herbicidas ou uréia são produtos que provocam danos aos fios.
A desconfiança com o uso da cerca elétrica vem caindo. A cada ano aumenta o número de pecuaristas que adotam esta tecnologia como forma de subdivisão dos piquetes, por causa de seu baixo custo e também da facilidade de manuseio. O norte e o nordeste do país são hoje um novo pólo de comercialização deste produto, muitos estão utilizando para a criação de cabras e ovelhas. Quando esta tecnologia apareceu no Brasil, os aparelhos eram simples, de fraca potência e não se conseguia utilizar para grandes áreas. Hoje, com a evolução e o crescimento no uso, novos aparelhos foram surgindo e melhorando as condições de aplicação, sendo possível aumentar a distância entre o aparelho e seus pontos.
Uma cerca elétrica deve utilizar um fio quando o gado é adulto e já conhece o efeito que ela produz. Quando se mistura com gado jovem, é melhor que se coloquem no mínimo dois fios, a fim de evitar que os bezerros ultrapassem a cerca. Para se fazer o processo de “educação” do gado, é necessário que se coloque os animais em uma área pequena com mais de 2 fios, com um aparelho de alta voltagem. Depois de dois ou três dias o animal já está acostumado.Para usar com animais pequenos, como ovelhas e cabras, é adequado colocar quatro fios, a fim de evitar a fuga.
Também no caso da cerca elétrica, é sempre recomendável fazer o planejamento. Isto significa pensar em quantos potreiros pretende-se subdividir, quantos metros de cerca elétrica quer fazer, para poder saber que tipo de aparelho é mais adequado. Hoje em dia, os aparelhos que usam a energia solar têm tido maior saída, porque as redes elétricas são muito instáveis e podem danificar os aparelhos com freqüência. O uso desta tecnologia tende a crescer ainda mais. O Brasil é um grande produtor de carne, tem o maior rebanho comercial do mundo e este sistema simplifica muito o manejo na propriedade.
Fonte:Revista Rural
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